segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Era só um abraço

Eram pouco mais de quatro horas da manhã quando Verônica levantou-se da cama. Tivera quase cinco horas de sono, o que não era comum já que estava acostumada a dormir oito por dia. Mas naquela noite ela mal conseguira dormir. Parecia ter um nó em sua garganta. Sentia-se sozinha, embora estivesse dormindo acompanhada. Durante o tempo em que ficou na cama colocou-se a pensar naquela “solidão”, e entre um cochilo e outro o nó a apertava ainda mais. Vários pensamentos e sentimentos surgiram-lha à mente. O que a fazia se sentir tão só? Sentou-se na sala e pôs-se a observar um ponto fixo na parede. Queria mesmo era se concentrar no que estava sentindo, mas não conseguir se aprofundar. A única coisa que enxergava era a ponta de um iceberg imerso no oceano. Mas por que sentia-se só? Tinha família, amigos, dinheiro e fé. Porém naquele momento não tinha nada. Algumas lágrimas escorreram pelo seu rosto e logo pensou no fato que acontecera na noite anterior. Um abraço que não ganhou. Às vezes ela pedia demonstrações de carinho. Talvez não soubesse pedir. Como não se cobra sentimentos, ficava triste quando isso acontecia. Ainda mais se o pedido fosse negado. Mas ela já estava acostumada, se é que alguém se acostuma com isso.
A semana que estava chegando naquela madrugada seria um marco na vida de Verônica. Iria realizar um sonho. Desses que a gente sonha desde criança. Mas a falta daquele abraço caloroso a fez mergulhar junto ao resto do iceberg. Um esconderijo que só ela sabia o caminho. Um lugar frio, porém era onde se defrontaria com seus verdadeiros sentimentos e repensaria se suas atitudes interferiam nas atitudes dos outros, como a falta daquele abraço.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mistura de sentimentos

Hoje olho a minha volta
Quantos erros no passado!
Parece que se rebelam contra mim
Preconceitos, revoltas....
Inexperiências e experiências que me deixaram cicatrizes
Fruto da ignorância!
A força vem do céu,
Da terra, do ar, do fogo
De dento de mim!
É preciso lutar para não sucumbir
É preciso estar firme para não enlouquecer
É preciso ter passado
É preciso ter vitórias
É preciso ter derrotas
É preciso ter um ombro pra chorar
Pra se apoiar
Pra dividir
Pra falar
Pra escutar
Quantos sonhos!
Quanta ilusão!
Sofrem os sonhadores.
Pés no chão é sinal de sabedoria
Viver um dia de cada vez é sinal de experiência
A realidade é dura, mas ensina!
Dúvidas, ressentimentos, agonias, desespero...
Sentimentos que o corpo estranha
Rejeita
Repele
Mas sentimentos necessários para a evolução da alma!
Momentos difíceis são necessários
Se não fossem por eles, não teríamos fé
E a fé renova!
Fortalece!
Ainda bem que existe JESUS CRISTO

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Um certo alguém


Tons de azul e branco pincelavam o céu naquela manhã. O sol, mesmo acanhado, saudou o dia. A brisa era fria. Convidava para ficar na cama, afinal eram apenas seis e meia da manhã. A jovem se arrumou apressada. Estava feliz. O domingo seria diferente. Um grupo de amigos a convidara para um passeio no parque. Não era um parque qualquer, além do encanto e exuberância daquele lugar, havia algo diferente. Uma energia que ela só iria descobrir mais tarde. Novas amizades surgiram apesar do acanhamento inicial de qualquer relacionamento. O sol já não era mais tão tímido. Brilhava enquanto todos olhavam deslumbrados para a arquitetura do parque. Brinquedos, bonecos, jardins, lojas e, claro, o sorriso estampado no rosto das pessoas. Adultos e crianças se divertiam como se tivessem a mesma idade. Aliás, isso era o que menos importava. Montanha russa, carros de trombada, roda gigante, algodão doce, pipoca, crepe, muitas gargalhadas e, ops, um certo alguém. Isto não estava nos planos. Fitou atentamente seus olhos e sua boca enquanto conversavam. Estavam a caminho de um passeio aquático. Falavam sobre música. Embora tentasse se concentrar no assunto, algo acontecia dentro de seu peito. O coração batia de forma descompassada. O que está acontecendo? Pensou a jovem. A turma se juntou novamente. Hora de mais diversão. Lá estavam eles de novo. O destino parecia cuidar para que os dois ficassem juntos. O rapaz, muito descontraído e carismático, entretia-se com uma colega do grupo. A jovem sentiu-se desconfortável. Mais uma vez não entendia o porquê. Passavam das cinco da tarde. Hora de ir embora. Na viagem de volta ela sentou-se distante daquele jovem. Uma atitude involuntária. Mas a distância não durou muito tempo. Os amigos a chamaram para participar da cantoria que acontecia nos fundos do ônibus. Lá foi ela. Agora prestava atenção nas mãos dele. Tocava violão muito bem. Coisa que ela sempre admirou. Sentia-se muito bem em sua presença. Sentimentos estranhos surgiram novamente. Tinha medo da novidade. A timidez não foi empecilho para arriscar umas notas musicais. E para sua surpresa, o rapaz ficou impressionado com a sua voz. Gostou do elogio, mas não olhou nos olhos dele. O tal sentimento a incomodava. Não queria sentir nada além de amizade. Mas como é possível mandar no coração? Fim da viagem. Hora da despedida. Acenou para alguns, beijou a face de outros e deixou o rapaz por último. Abraçaram-se. Aquela poderia ter sido a primeira e última vez que estiveram juntos. Ele sussurrou algo em seu ouvido e o tal sentimento surgiu novamente. Dessa vez mais forte. Estava apaixonada. Naquele momento as outras pessoas desapareceram. Só existiam os dois. Segundos pareciam longos minutos. Olharam-se pela última vez. A jovem virou-se e foi-se embora. O sentimento que não compreendia bem voltaria a sentir novamente. Para ela uma tortura, já que era casada.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Você é música


Entrou na minha vida e deixou sinais.
Como a sonoridade do vento ao final da tarde.
Como os ataques de guitarras e metais presentes em cada clarão da manhã.
Olhando fundo, há uma melodia brilhando no disco do seu olhar.
Eu consigo escutar.
Você foi composto para ser ouvido, sentido, compreendido, interpretado.
Para tocar minha vida com a mesma força do instante em que foi criada,
para tocar sua própria vida com toda essa magia de ser música.
E de poder alçar todos os vôos, de poder vibrar com todas as notas, de poder cumprir, afinal, todo o sentido que a elas foi dado pelo Compositor.
Você é pura música . Uma obra de arte na minha vida.